quarta-feira, 31 de julho de 2013

A Seap (Secretaria do Estado de Administração Penitenciária) acaba de informar que acusado de matar menina em Rio das Ostras foi encontrado morto em presídio.

   Preso acusado da morte da menina Gabrielle Batista da Silva, de dois anos, estuprada e morta no dia 6 de junho, Marcos de Souza da Silva, o Mudinho, de 21 anos, foi encontrado morto, na manhã desta quarta-feira, na cela em que estava no presídio Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos, Norte Fluminense. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Assistência Penitenciária (Seap). Mudinho havia sido preso no mesmo dia do crime e teve a prisão temporária decretada. A confirmação de que ele havia matado a menina, porém, só foi divulgada nesta terça-feira pela Polícia Civil, depois de o exame feito em suas amostras de material genético dar positivo.
Segundo a delegada Carla Tavares, titular da 128ª DP (Rio das Ostras), testemunhas informaram ter visto o criminoso rondando a obra onde o corpo da menina foi encontrado no período em que ela estava desaparecida. As imagens das câmeras de segurança foram analisadas e confirmaram os depoimentos. Agentes da delegacia encontraram na obra, junto com os objetos de Marcos, uma panela com comida, furtada por Marcos quando ele levou Gabrielle de casa.
A investigação sobre a morte de Marcos de Souza ficará a cargo 146ª DP (Guarus).
Leia a íntegra da nota da Seap:

“A Secretaria do Estado de Administração Penitenciária informa que, na manhã de hoje, 31 de julho, o interno Marcos de Souza Silva foi encontrado morto, no presídio Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos. A unidade comunicou a família, e o corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). A Seap aguarda laudo cadavérico com a causa mortis oficial do referido. A Seap informa ainda que abriu uma sindicância interna para apurar as circunstâncias do fato. Cabe ressaltar que o caso foi encaminhado para a 146ª DP.”

Exame de DNA confirma autoria do crime de violência sexual e morte da pequena Gabrielle de 02 anos.

A delegada da 128ª Delegacia Legal, Carla Tavares, confirmou em entrevista coletiva que Marcos de Souza Silva, preso por mandado de prisão temporária no dia 11 de julho é o autor do crime que vítimou a pequena Gabrielle Batista da Silva de apenas dois anos.
A confirmação veio através do resultado do exame de DNA, que teve pedido de urgência da chefe de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Martha Rocha.
Marcos, também conhecido como 'Mudinho' é autor de vários furtos na área da 128ª DP e foi transferido para a Casa de Custódia, em Campos desde o dia 14 de julho. Marcos passou a ser suspeito por conta dos delitos cometidos e por ter sido flagrado por câmeras de segurança próximas ao local do crime.
Ele teria sido observado transitando pela rua por volta das 04h do dia do crime, sem a menina.
NEGLIGÊNCIA
Segundo a delegada a Polícia Civil já tem convicção de que a menina não foi retirada de dentro de casa, como é alegado pelos pais.
“Trabalhamos com a hipótese de que essa menina estava na rua diante da dinâmica dos fatos. Como o homem apontado como autor é surdo e mudo não pode relatar. Já foi encaminhado um ofício ao Conselho Tutelar para fazer o acompanhamento desta família. Também informaremos o juiz para que apure se eles deixam os filhos sozinhos em casa. Chegou ao nosso conhecimento que não é a primeira vez que isso acontece, quando a família morava em Barra de São João os pais perderam o poder familiar e ficaram um tempo sem os filhos, mas depois recuperaram”, comentou.

RELEMBRE O CASO
A pequena Gabrielle ficou desaparecida por cinco dias. Segundo o pai e a mãe, ela estava dormindo junto com eles e com os irmãos, em um colchonete no chão da casa e por volta das 4h, quando a mãe acordou, constatou que a criança não estava na casa.
Familiares e amigos deram início a uma busca que só terminou na quarta-feira (10/07), quando o corpo da menina foi encontrado em uma casa em construção, no mesmo bairro Âncora, onde ela morava com a família.  
No dia seguinte a delegada Carla Tavares, confirmou que o laudo da morte da pequena Gabrielle, de dois anos apontava que ela morreu após ser estuprada. A causa da morte foi hemorragia na cavidade abdominal, causada pelo estupro e agressão.
Também no dia seguinte a delegada confirmou que a Polícia já teria um suspeito que poderia ser preso nas horas seguintes.
No dia 16 de julho, a delegada Carla Tavares confirmou que o principal suspeito de ter violentado e matado Gabrielle já se encontra em prisão temporária desde o dia 11 do mesmo mês, ficando somente pendente o resultado do exame de DNA.


sábado, 27 de julho de 2013

Homem que matou garota de 16 anos asfixiada e esfaqueada em Governador Valadares se entrega à polícia.

Está preso o homem de 36 anos suspeito de matar uma adolescente de 16 em Governador Valadares, Região do Rio Doce. O crime aconteceu em janeiro deste ano e ele estava foragido desde então. O corpo de Ana Gabrielly Nascimento dos Santos foi encontrado em uma Rua do Bairro Jardim Pérola. Após ser estrangulada e esfaqueada, ela foi deixada enrolada em colchões e com um saco plástico na cabeça.

De acordo com a Polícia Civil da cidade, Gian Luis Alves foi apontado como autor do assassinato na última quarta-feira, quando foi apresentado o inquérito sobre o crime e a foto dele. Gian se apresentou à Delegacia de Polícia de Governador Valadares nesta sexta-feira. Ele disse que estava em Vitória (ES) e começou a receber ameaças por telefone de diferentes partes do país, exigindo que ele se entregasse , fato que aconteceu depois de
familiares e conhecidos da adolescente se mobilizaram nas redes sociais para tentar localizar os suspeito do crime

Em depoimento nesta manhã, ele assumiu o crime e confirmou os fatos apontados pelo inquérito, descrevendo o assassinato. Gian contou que ele e Ana Gabrielly tiveram um breve relacionamento. No dia 6 de janeiro, ele estava em um churrasco com amigos quando recebeu uma ligação da adolescente dizendo que queria se encontrar com ele. O homem, então, pegou uma motocicleta emprestada e buscou a garota perto de casa. Em seguida, ele a levou até a casa do proprietário da 
motocicleta emprestada . Na versão de Gian, eles começaram a discutir depois que ele reclamou de uma ocasião em que Ana pegou carona com um outro rapaz. Ele disse que a mataria se o caso se repetisse. Durante a briga, descontrolado, ele pegou um fio e estrangulou a moça.

Em seguida, ele deu várias facadas no pescoço da vítima, cujo corpo foi abandonado na rua e encontrado no dia seguinte. Ainda segundo a Polícia Civil, já havia um mandado de prisão em aberto contra Gian, que deve ser encaminhado a um presídio da região.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Acusado de matar cunhada pede troca de defesa e júri é cancelado.

O motoboy Sandro Dota, acusado de violentar e matar a cunhada Bianca Consoli, pediu à juíza Fernanda Afonso de Almeida a destituição de seus advogados. Diante do pedido, a juíza dissolveu o conselho de sentença e informou que o julgamento deverá ser remarcado após a nomeação de novos advogados por Dota. "O conselho foi dissolvido e vamos marcar uma data com outro advogado", informou a magistrada.
O pedido foi feito no início do terceiro dia do julgamento do réu, que recomeçou por volta das 10h30 desta quinta-feira (25), no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo.
O motoboy permanecerá preso - ele nega o crime, ocorrido em 13 de setembro de 2011, na Zona Leste da capital. Após o anúncio do cancelamento do júri, familiares de Binca, que tinha 19 anos na época, se emocionaram muito e a juíza pediu que a mãe e a irmã da vítima - ex-mulher de Dota - fossem retiradas do tribunal. Elas, entretanto, saíram sozinhas, revoltadas com o ocorrido.
O julgamento teve início na terça-feira (23). Nos dois primeiros dias, foram ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa e acusação. Nesta quinta, estava previsto o nterrogatório do suspeito.
Na quarta-feira, o depoimento da irmã da vítima, Daiana Ribeiro Consoli, foi o destaque. “Meu mundo desmoronou”, disse. A irmã de Bianca chorou enquanto era interrogada pela juíza. A defesa pediu permissão à magistrada para que Dota deixasse o júri durante este depoimento porque estaria emocionado, segundo o advogado de defesa, Ricardo Martins de São José Júnior.
Daiana afirmou que, durante certo tempo, acreditou na inocência do marido e até chegou a se afastar de sua mãe por causa disso. "Perdi o contato com a minha família. Naquela época eu acreditava na inocência dele. Toda aquela confiança que eu tinha nele foi tudo por água abaixo. Meu tio marcou uma reunião com a minha família e despejou tudo. Foi quando minha ficha caiu. Meu mundo desmoronou", afirmou.  
Nesta época, ela entregou a investigadores a calça suja de sangue que Dota usou no dia em que Bianca foi morta.  "Eu falei: 'Essa roupa aqui é dele. Quem não deve não teme. Pode levar, com certeza.' Estava a favor do Sandro na época", afirmou.
A irmã de Bianca contou que o ex-marido usava aquela roupa até o momento do velório de Bianca, quando só então foi para casa, tomou banho e trocou de roupa. Ela disse que, ao entregar a calça aos policiais, não tinha notado que na peça de roupa havia uma mancha de sangue. A perícia encontrou no sangue material genético compatível com o material encontrado sob as unhas da vítima.
Daiana contou que conheceu Sandro quando ele trabalhava na clínica para dependentes de drogas em que o marido dela na época, Wilson, estava internado. Ao saber do início do relacionamento entre os dois, Wilson se matou. "O Wilson descobriu que a gente estava junto. Sandro dizia ser amigo dele. O Wilson se enforcou. O motivo foi esse. Tentei retomar o relacionamento com o Wilson, mas o Sandro não deu paz", afirmou.
Ferimentos - O segundo dia começou por volta das 10h40 com o depoimento da perita do Instituto Médico Legal (IML), Angélica de Almeida. Ela contou sobre os ferimentos que encontrou no corpo de Bianca no exame necroscópico. Ela foi bastante questionada pela acusação e pela defesa sobre a possibilidade Bianca ter sido estuprada e disse que “não é possível dizer de forma inequívoca que sim nem que não”. Ela afirmou ainda que as características dos ferimentos permitem fazer uma estimativa de que os ferimentos seriam resultantes de luta corporal ocorrida até 12 horas antes da morte.
Em seguida veio o depoimento de outra testemunha de defesa, Bruno Barranco, namorado de Bianca à época, que afirmou que estava trabalhando no dia dos fatos. Segundo a promotoria, a folha de ponto e vídeos da empresa onde ele trabalha foram coletados durante a investigação para descartar qualquer possibilidade da participação de Bruno no crime. A defesa, por sua vez, tentou explorar possíveis contradições no depoimento prestado por Bruno nesta quarta e à polícia, durante a investigação.
O segundo dia foi marcado por discussão entre o promotor Nelson dos Santos Pereira Júnior e o advogado Ricardo Martins de São José Júnior. Pereira Júnior. Pereira Júnior reclamou por diversas vezes das interrupções do advogado de defesa. A juíza chegou a determinar um intervalo em um dos interrogatórios para que o clima se acalmasse.
Exames de DNA - A perita Ana Claudia Pacheco foi a quarta testemunha a depor. Ela afirmou que é "quatrilhões de vezes mais provável" que o indivíduo que deixou o sangue na calça jeans de Sandro Dota seja o mesmo que deixou o material genético encontrado sob a unha de Bianca, encontrada morta em setembro de 2011. Segundo ela, os exames de DNA só não chegam a 100% porque são feitos com análise estatística, mas as chances são de mais de 99%. A perita explicou como foi feita a análise e descartou a possibilidade de fraude.
Convocada pela defesa, Margaret Mitiko Inda Pereira, outra perita que trabalhou no caso, foi na mesma direção e sustentou que o material recebido era suficiente para análise. "Recebemos três manchas de sangue e cada uma delas tinha 1cm quadrado. Eram manchas secas que não passavam para o outro lado do tecido", disse.
Outra perita, Alaide do Nascimento Mariano, afirmou que ainda restam em aberto análise de quatro fragmentos palmares e três digitais. O advogado de Dota propôs a juíza nesta quarta-feira que seu cliente fornecesse material, por se sentir agora mais seguro, mas o pedido foi indeferido pela juíza sob o argumento de que ele se recusou a fornecer o mesmo material na fase de investigação.
Calça jeans - Também foi ouvida na quarta-feira Caroline de Cássia Lima, namorada de André, um ex-namorado de Bianca. Ela disse aos jurados que certa vez Bianca ligou para André e ele pediu para que ela (Caroline) atendesse. Segundo Caroline, nessa época, Bianca tinha três meses de namoro com Bruno Barranco. André, que estava sendo investigado pela morte de Bianca, morreu em um acidente de carro. Caroline forneceu DNA para análise e foi descartada  como suspeita.
O eletricista Alcides Lourenço dos Santos, ex-namorado de Marina, avó de Bianca, disse que no dia em que a jovem foi assassinada, trabalhava na instalação de uma oficina na casa de Flor, uma tia de Bianca. Ele disse que viu Sandro Dota na casa de Flor por pouco tempo, entre as 15h e 16h.
Segundo o eletricista, após um barulho, ele ouviu Sandro Dota dizer  "ai, bateu bem em cima" e viu a perna do suspeito roxa e sangrando. "Eu não vi ele se machucando. Ele falou que bateu na madeira, mas a altura da madeira não bate com a altura do machucado na perna dele", afirmou. No momento do acidente, Dota usava uma calça jeans. A roupa, entregue à polícia, foi reconhecida pelo eletricista.
1º dia - O julgamento de Sandro Dota teve início na terça-feira (23), com o depoimento de três das 17 testemunhas arroladas por defesa e acusação: Marta Maria Ribeiro, mãe de Bianca Consoli; a delegada Gisele Aparecida Capello Lelo, primeira a presidir o inquérito; e Maurício Vestyik, investigador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHHP).
A mãe de Bianca chorou ao lembrar do momento em que encontrou a filha morta. "A primeira imagem que vi foi minha filha jogada no chão com a cabeça virada de lado. Pensei que ela tinha caído. O pescoço estava rígido e a cabeça dura", afirmou. "Saí desesperada e pedi a um vizinho que fizesse massagem cardíaca nela. Quando ele fez a massagem, saiu uma sacola plástica da boca dela", contou. Bianca foi apontada pela mãe como uma jovem responsável e trabalhadora e que dizia reservadamente que ela não gostava do cunhado.
Marta afirmou que ouviu de uma amiga de infância da vítima que Sandro a assediava. Essa amiga de Bianca, testemunha protegida, desistiu de depor nesta terça-feira e alegou ter sido ameaçada por telefone por Sandro, que está preso.
A segunda testemunha a depor na terça-feira foi a delegada Gisele Aparecida Capello Lelo, a primeira a presidir o inquérito. Ela relatou ter ouvido de uma testemunha o relato de que Sandro se insinuava para a cunhada. Chamada a falar pela defesa do réu, a delegada disse que indiciaria Sandro mesmo sem o exame de DNA, primeiro por causa do comportamento agressivo dele e depois, pelo fato de ser mulherengo.
Maurício Vestyik, investigador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHHP), foi o terceiro a depor. "Os demais suspeitos apresentaram álibis plausíveis, menos o Sandro", declarou o policial civil perante o júri.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Começa hoje o julgamento de Sandro Dota, acusado de matar Bianca Consoli.

Sete jurados decidirão o destino de Sandro Dota; dezoito testemunhas foram convocadas.

Acusado de matar a estudante Bianca Consoli em setembro de 2011, o motoboy Sandro Dota começa a ser julgado nesta terça-feira (23), no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona Oeste da capital paulista. Dota, que irá a júri popular a partir das 12h30, responde por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima) e por estupro.
Ao todo, 18 testemunhas foram convocadas: cinco de acusação, oito de defesa, duas comuns e três do juízo. Entre elas, há quatro peritos, segundo informação do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). O plenário quatro, onde acontecerá o julgamento, foi reservado para cinco dias.
Os trabalhos serão conduzidos pela juíza Fernanda Afonso de Almeida, da 4ª Vara do Júri. A acusação ficará por conta do promotor Nelson dos Santos Pereira Júnior. O motoboy é defendido pelo advogado Ricardo Martins.
Como será?
Antes de começar o julgamento, uma escrevente de sala vai sortear sete jurados entre os 35 convocados pela Justiça de São Paulo. Tanto a acusação quanto a defesa podem recusar, por três vezes, o jurado sorteado. Por fim, os escolhidos vão integrar o Conselho de Sentença, que será instalado pela juíza.
As primeiras testemunhas ouvidas serão as de acusação. Na sequência, acontecem os depoimentos das de defesa.
Depois desta etapa, chega o momento do interrogatório do réu, último ato processual antes dos debates, que duram uma hora e meia. Se o promotor decidir pela réplica, a defesa terá direito a tréplica. Cada lado dispõe de uma hora.
Ao final, os jurados se reúnem em uma sala secreta para decidir se Sandro Dota é inocente ou não. Depois da votação, a juíza estipula a pena do réu e dá sua sentença final.
O crime
O corpo da universitária Bianca Consoli, 19 anos, foi achado pela mãe dela, caído próximo à porta de saída de casa, na zona leste de São Paulo, no dia 13 de setembro de 2011. Segundo a polícia, a jovem foi atacada quando havia acabado de tomar banho e se preparava para ir à academia.
Na cama, os investigadores encontraram a toalha usada pela jovem, ainda molhada. A garota teria reagido à presença do criminoso e começado uma luta escada abaixo. Foram localizadas mechas de cabelo pelos degraus. Dentro da garganta da jovem, a polícia encontrou uma sacola plástica, usada pelo autor para asfixiar a estudante.
As investigações apontaram o motoboy Sandro Dota, cunhado da vítima, como o suposto autor do crime. Ele está preso desde o dia 12 de dezembro de 2011.
O motoboy nega as acusações e se diz inocente. Em julho do ano passado, ele foi para o Complexo Penitenciário de Tremembé, a 147 km de São Paulo. Dota alegou ter sofrido ameaças de morte no Centro de Detenção Provisória 3 de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, onde estava. Por este motivo, a Justiça teria determinado sua transferência.
Em agosto do ano passado, a acusação de estupro foi incluída no processo contra Sandro Dota. A defesa do réu, entretanto, nega o crime e diz que o laudo do legista é inconclusivo. Para a polícia, o crime teve motivação sexual.



segunda-feira, 22 de julho de 2013

Polícia prende suspeito de sequestrar e matar irmã de Vitor Belfort, no Rio de Janeiro.

Agentes da Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário (Sispen), em parceria com a 21ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), prenderam na tarde desta segunda-feira (22) um dos suspeitos de participar do sequestro e suposta morte de Priscilla Belfort, irmã do lutador Vitor Belfort, em 2004.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), Leonardo Luiz Batista, vulgo “Aranha” ou “Léo Bicudo”, foi preso no bairro de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. Leonardo fugiu do Instituto Penal Vicente Piragibe no dia 3 de fevereiro, com mais 31 internos, através de um túnel construído na tubulação de esgoto.  De acordo com a Polícia Civil, com a prisão de Leonardo, onze internos já foram recapturados.
Após informações do Disque-Denúncia, os agentes chegaram até Leonardo, que se encontrava na residência de uma amiga de sua companheira. O mesmo resistiu à prisão e, após fugir, foi recapturado a quatro quadras do local que estava. O caso foi encaminhado para a 20ª DP, em Vila Isabel.
Em março deste ano, outro suspeito de participar do sequestro e da suposta morte de Priscila foi preso, após ficar foragido desde 2010. Leandro Ferreira Fernandes, mais conhecido como Periquito, foi capturado por policiais da 25ª DP (Engenho Novo) no Centro do Rio de Janeiro, onde trabalhava como manobrista.
Periquito havia sido preso pela primeira vez em junho de 2006, durante uma operação da Divisão Antissequestro (DAS) no Morro da Providência, também no Centro do Rio. Ele é apontado pela polícia como integrante de uma quadrilha de sequestradores, que teria matado, cortado e queimado Priscila em janeiro de 2004, na mesma favela. O corpo dela, que tinha 29 anos e trabalhava na Prefeitura do Rio, nunca foi encontrado.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Em Dubai, mulher é condenada à prisão após ter ter sido estuprada.

 Um tribunal de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, condenou à prisão uma norueguesa de 24 anos que afirmou ter sido estuprada no país. A jovem foi condenada a 16 meses de reclusão por ingerir bebida alcoólica, fazer sexo fora do casamento e atentar contra a decência.
Marte Deborah Dalelv fez a denúncia por estupro em março, quando estava em viagem de negócios pelo país. Longe de conseguir o tratamento que queria da polícia, a vítima passou vários dias em uma cela, até que finalmente entrou em contato por telefone com seus parentes e o consulado norueguês.
Diante do caso, Oslo anunciou nesta sexta-feira (19) que vai apoiar a jovem judicialmente. "A sentença em Dubai a uma norueguesa que denunciou um estupro é contrária a nosso sentido da justiça. Daremos a ela apoio no processo de apelação", manifestou o ministro das Relações Exteriores norueguês, Espen Barth Eide, em sua conta do Twitter.
O caso mostra "a posição legal da mulher em muitos países", acrescentou, ao expressar o compromisso do governo norueguês com os direitos da mulher, especialmente nesse caso.
A imprensa norueguesa vem repercutindo com assombro a história da jovem. Graças ao empenho do consulado, a norueguesa conseguiu ser libertada, à espera de julgamento, e passou um período em uma instituição religiosa, informa a imprensa norueguesa.

Tribunal do Júri marca julgamento de Sandro Dota.

  O juiz Domingos Parra Neto, da 4ª Vara do Júri da Capital, designou, para o dia 23 de julho o julgamento Sandro Dota. Ele vai a júri popular pelo assassinato e estupro da cunhada Bianca Consoli, ocorrido em 13 de setembro de 2011. O juiz Domingos Parra Neto,  aceitou as três qualificadoras do Ministério Público para o homicídio – motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel – e renovou a prisão preventiva do réu. . A sessão está prevista para ter início às 12h30, no Plenário 13 do Fórum da Barra Funda, zona oeste da capital.

Bianca, universitária de 19 anos, foi asfixiada com uma sacola plástica enfiada na garganta, dentro de sua casa, na Zona Leste. Ela também teve um dedo fraturado e lesões na barriga. Posteriormente, o laudo da perícia constatou a violência sexual. Desde o início, a família dizia que o crime havia sido praticado por conhecido, pois não houve arrombamento e nada foi roubado. Sandro nega. Porém, as cinco pessoas investigadas pela polícia, ele foi o único que se negou a fornecer material genético para a perícia. A investigação da polícia aponta que Sandro Dota telefonou para a cabeleireira Dayane Consoli após matar a irmã dela.
 Através de uma calça usada pelo suspeito no dia do crime, a polícia conseguiu realizar o exame de DNA, compatível aos pedaços de pele que estavam embaixo da unha de Bianca. Além da perícia, a polícia conta com o depoimento de três testemunhas que têm as identidades protegidas e o rastreamento telefônico comprovando que Dota esteve no local onde  a universitária foi morta.
JUSTIÇA : “Agora acredito que a justiça começa a ser feita. Eu estou muito feliz. O  Sandro ria da gente, dizendo que tudo ia acabar em pizza. Agora, ele vê que não é bem assim. Diante da nossa dor, a Justiça pode demorar para dar uma resposta, mas funciona”, comemora a mãe de Bianca, Marta Consoli.
Para Marta, o fato de o juiz ter renovado a prisão preventiva de Sandro a deixa mais segura. “Tinha medo de que saísse e fizesse alguma coisa à minha outra filha, Daiana, ou aos meus netos”, diz. Daiana chegou a ficar do lado do marido, jurando que ele era inocente, mas ao conhecer os laudos da perícia mudou de opinião e agora quer vê-lo condenado. Recentemente, ela obteve o divórcio sem o consentimento dele.
O advogado da família, Cristiano Medina, diz que Sandro é uma pessoa de extrema periculosidade e psicopata. “Não foi crime passional, ele premeditou tudo e executou de forma cruel. Sandro Dota o retrato de um verdadeiro Psicopata”, afirmou
Defesa diz que não deve recorrer da decisão
O advogado Ricardo Martins afirma que a defesa deve abrir mão do direito de recorrer da decisão do   juiz Domingos Parra Neto. “O Sandro está cansado e quer provar logo a verdade sobre os fatos. Se nós recorrermos, a espera será ainda mais longa.”
Ricardo Martins  afirma não haver provas nos autos contra o seu cliente. “A investigação foi muito superficial, não se observou outras possibilidades.”
Segundo diz, há informações conflitantes. Uma delas é em relação à quebra de sigilo telefônico. Dois laudos da mesma operadora mostram ligações diferentes no mesmo dia e horário. Ele alega ainda que a perita não confirma o estupro. “Ela diz que há lesões compatíveis com introdução de agente contundente e resultado negativo para esperma.”

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Homem é detido por prostituir filha de 12 anos em São João da Barra, RJ

Um homem de 50 anos foi detido por suspeita de prostituir a própria filha, de 12 anos, em troca de dinheiro e drogas. O pai e a filha moravam na localidade de Barcelos, no município de São João da Barra, mas o homem foi detido na última terça-feira (16) em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, no bairro do Turfe. Segundo a Polícia Civil, as investigações apontam que a exploração sexual da menina ocorria desde seus 10 anos de idade.

A delegada Madeleine Farias, da 145ª Delegacia de Polícia de São João da Barra, disse que as investigações começaram em fevereiro deste ano e o mandado de prisão contra o suspeito saiu na última segunda-feira (15). Os exames feitos na menor confirmaram a prática de relação sexual.



O relato de uma vida que não termina com a violência.
Em 1976 eu trabalhava em Macaé. Faltavam três dias para eu completar os dezoito anos. A noite fui a um parque que tinha acabado de se instalar onde hoje é o Centro Cultural e Caixa Econômica no centro da cidade, onde um cara passou a me seguir. Ele era bonito e de boa aparência. Então, pensei que ele estivesse me paquerando! Aproximou-se de mim e começou a conversar, perguntou se eu era de Macaé, respondi que era de Conceição de Macabu. Ele me chamou pra dar uma volta na Praça da Rua da Praia e eu resolvi acompanha-lo. Ouvindo o barulho das ondas fiquei encantada, pois na minha cidade não tem mar. Imediatamente ele me chamou pra ver as ondas do mar mais de perto. Sempre fui louca para ver o mar e a lua estava linda e refletia na água... aí foi fácil para ele.
Eu era totalmente ingênua e sem noção! Naquela época havia uma comunidade carente naquele lugar. Durante o caminho ele foi falando que trabalhava na obra da ponte nova a Ivan Mundim, também conhecida com Ponte da Barra. Chegando lá, ele se transformou em outra pessoa. Perguntou se eu estava pensando que ele era otário? Que se eu não me calasse ele me mataria afogada ali mesmo.
E começou a arrancar a minha roupa segurando os meus cabelos que eram enormes. Eu estava vestida de calça cocota na época(moda da época). Tentei gritar mas ele tampou a minha boca. Ele tentou descer a minha calça e lutei até perder minhas forças devido o choque. Então ele retirou o membro dele e começou fazer aquilo entrar em mim e aquilo escorregava, tocava na areia e ele tornava a fazer novamente.
Ele batia em meu rosto e me xingava! A calça que eu usava era de um tipo de malha que facilitou pra ele. Só depois que ele se satisfez é que me mandou embora. Sai dali sem saber o que fazer e nem pra quem contar. Cheguei ao trabalho toda suja de sangue, mas ninguém me viu ou notou. Fechei-me no quarto e me fechei pra sempre. 
Tentei contar para a minha mãe, mas ela me disse que fui eu quem quis me entregar. A partir dali a minha vida se transformou em um inferno! E fui embora pra Niterói. Algum tempo depois comecei a me sentir mal. Com muito sono e não conseguia me alimentar. Escrevi uma carta pra minha mãe contando como eu estava. A minha mãe sentiu que eu estava grávida. Mandou que eu voltasse pra Macabu que ela ia dar um jeito e eu voltei. Ele me mandou vir aqui em Macaé na casa de uma enfermeira para me aplicar uma tal de sonda. Este foi o jeito.
A pessoa fez e me mandou pra casa. Alguns dias depois comecei a ter febre muito alta e o feto não saía. Quando a minha mãe viu que eu já me encontrava num quadro de infecção e possivelmente num quadro de tétano me levou ao hospital. O médico disse a ela que por mais algumas horas eu estaria morta!
Hoje ele pode ser um amigo. Nunca mais o vi e se o visse talvez não o reconheceria. Sempre fui calada, mas agora resolvi tirar a amordaça e gritar! Aconselho que toda pessoa que sofreu algum tipo de violência abra a boca e denuncie. Corra atrás de tudo que tem direito.
Acho que no Brasil tinha que ter uma pena diferente para esse tipo crime! A castração desses monstros. Depois de todo esse tempo ainda sinto muita raiva! Muita revolta!
Ouvia a vida toda a minha mãe me difamando para os outros. Eu queria casar virgem para dar um tapa sem mão na sociedade e principalmente em minha mãe. Mas encontrei aquele monstro. Quando me lembro me vem as frases que ouvia naquela época que moças que não eram virgem não podiam se casar e que nenhum rapaz direito iria querer. Mas todos podiam se aproveitar delas.
Fiquei sem poder ter contato com minhas amigas as mães delas não deixavam elas se misturarem comigo. Só teve uma única amiga que não se afastou de mim. Sentia-me com uma doença contagiosa! Sofro maus tratos desde os meus seis anos de idade. 
Outros fatos se passaram depois desses. Porém estou calejada! Certa vez conheci outro homem e namoramos durante algum tempo. Mas certo dia por ciúme ele tentou me matar com o travesseiro no meu rosto. Estava já sem força pra lutar quando a cama desmontou e caiu em cima dos pés dele. Os homens acreditam na impunidade da justiça.
Agora estou muito aliviada. Já posso ir pra morada do céu. Não tenho mais medo de nada!!!
Foram muitas dores e traumas pela vida. Tenho uma força chamada Jesus Cristo!
(Depoimento de uma mulher real. Vítima de violência sexual, mas por privacidade não revelaremos seu nome e das outras pessoas mencionadas neste depoimento)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

A dor que você sente...



Mulher foi morta pelo ex-cunhado, na noite da última terça-feira (16/07) em São João da Barra, no Norte Fluminense.
Motivação do crime --> Vingança. Ainda de acordo com a polícia, a cunhada havia incentivado a irmã a não retomar o relacionamento com o suspeito. (Fonte: G1.Globo)

Mulheres, precisamos nos unir e exigir que as leis sejam cumpridas.


http://g1.globo.com/rj/norte-fluminense/noticia/2013/07/morte-de-mulher-em-sao-joao-da-barra-rj-foi-motivada-por-vinganca.html

O Eco do O Grito Das Mulheres.


Vivemos numa época em que a informação se propaga com rapidez ao mesmo tempo em que a violência e a intolerância.  “O Grito das Mulheres” nasceu através do inconformismo de um grupo de pessoas de Macaé, a fim de mapear e diagnosticar problemas  que diversas mulheres passam no cotidiano.
Segundo Carla Santana, o objetivo do grupo é disponibilizar formas de assistências a quem foi vítima de violência e maus tratos. Encorajar as denúncias através de relatos de pessoas reais, com o intuito de buscar ajudar aos órgãos especializados.
As redes sociais são de grande importância para o trabalho do grupo, pois consegue mobilizar indivíduos com o mesmo interesse. Através de ferramentas como Facebook, Twitter e Blogs, as ideias se propagam com imensa velocidade e tem como foco coibir a violência contra mulheres.
A violência é um mal que atinge a todos e, algumas parcelas da sociedade, são especialmente mais frágeis e suscetíveis a essa violência. No nosso caso, as mulheres são o objetivo das nossas ações de proteção. E “O Grito das Mulheres” é um ponto de referência para que as mulheres procurem preservar seus direitos, buscar esclarecimentos e também colaborar na proteção a outras mulheres.
         Contem conosco, ou melhor, venha se juntar a nós.  .

O Grito das Mulheres:



Por: Alex Ferraz
(Jornalista)

terça-feira, 16 de julho de 2013

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Na madrugada do dia 07/07/2013 a menina Gabriely de apenas 02 anos desapareceu no bairro Âncora em Rio das Ostras e foi encontrada morta a 150 metros de sua residência.

Caso Gabriely. 
Delegada diz que tudo indica que a menina estava sozinha em casa !

A delegada titular da 128ª DP de Rio das Ostras, Carla Tavares, divulgou na manhã desta terça-feira (16), que um usuário de crack, que normalmente dormia no local do crime, foi identificado como suspeito de estuprar e matar a menina Gabriely Batista, de 2 anos. O suspeito teve a prisão temporária concedida pelo Ministério Público, na última quinta-feira (11).

Agentes encontraram na obra onde o corpo foi encontrado, junto com os objetos do homem, uma panela com comida, que havia sumido da casa da vítima no dia anterior ao desaparecimento. A delegada aguarda o laudo da perícia feita nas roupas do suspeito e o resultado do teste do material genético colhido, que devem ficar prontos na próxima semana.

As investigações apontam que a menor estava sozinha em casa, no bairro Âncora, na hora do desaparecimento. Uma testemunha disse que os pais estavam em uma festa que acontecia perto de casa. O desafio da delegada agora é descobrir se realmente ela foi retirada de dentro de casa.

''Tudo indica que ela estava em casa sozinha. Precisamos ouvir mais algumas pessoas para saber se ela estava dentro de casa ou se saiu, na hora que foi levada. Todos trabalham com a mais urgência possível para que possamos concluir o caso'', relatou a delegada.

Na última quinta-feira (11) a causa da morte da menor foi divulgada como uma hemorragia decorrente de violência sexual. Gabriely Batista foi encontrada por volta das 8h30 da última quarta (10), sob uma pilha de telhas, na obra de um conjunto de casas, a 100 metros de onde morava. A obra já tinha sido vistoriada pela polícia durante as buscas pela menina, que segundo os pais, teria sumido enquanto dormia ao lado deles e dos quatro irmãos, na madrugada do sábado (6).

domingo, 14 de julho de 2013

Registro: Acompanhamento de uma vitíma de violência em Macaé.



Na quinta feira dia 11 de julho de 2013 uma colaboradora do grupo O Grito das Mulheres foi procurada por uma mulher (aqui preservaremos o nome), pois fora espancada pelo pai e não sabia como agir, estava machucada no corpo e na alma. A integrante do grupo que estava mais próximo se prontificou a ajudar e acompanhar vítimae também sua mãe, até o Centro de Referência da Mulher de Macaé. 
O grupo chegou por volta da 16 horas ao Centro de Referência e logo no primeiro contato foi recebido pela advogada do Centro. Prontamente fomos reconhecidas por ela que encaminhou o atendimento para a Assistente Social.  A princípio a Assistente informou que já estava em um atendimento e que o horário não permitiria outro, mas a advogada orientou que ela fizesse o atendimento. Este é mais um grande equívoco, pois os casos de violência contra a mulher não tem hora para acontecer. Depois de todos os relatosfeitos a mulher que recebeu o atendimento voltou pra casa, e estávamos certas de que, a partir de então ela receberia a assistência que necessitava.
Mas ao fim do dia seguinte (12/07 - quinta-feira), uma surpresa. Fomos novamente procurados por esta família, visto que o ex-marido que até então dividia com elas, tinha levado parte da mobília e a filha de 11 anos com ele. A mulher ficou desesperada, sem saber como agir e sentindo-se desamparada.  Já passava das 19 horas, os órgãos de assistência, burocraticamente fechados e mesmos os que tinham plantão 24 horas como o Conselho Tutelar disseram que não tinham como ajudar. Só restou ao Grupo procurar a 123ª DP (Macaé), Delegacia Legal, mas não especializada no Atendimento a Mulher.
Chegando a delegacia o policial civil chamou a vítima ao balcão e queria ali mesmo começar o atendimento. Em pé e na frente de todos. A integrante do O Grito das Mulheres explicou que ali no balcão esta família não receberia um atendimento adequado e ainda deixava exposta a situação da família e por isso, solicitou um atendimento mais reservado. Mesmo encontrando alguma resistência por parte do policial o grupo entrou. O que mais impressiona e revolta é saber que o policial fez de tudo para que o registro da violência contra a mulher não acontecesse.
O Policial civil “explicou” a complexidade de registrar esses casos, falou que o grupo estaria se metendo em situações perigosas e de riscos. O policial criou todas as dificuldades para realizar o registro. Certamente, se a vítima procurasse a delegacia sozinha, não suportaria a pressão e teria desistido.
Temos que lembrar que nos casos de crianças e adolescente e neste caso uma criança de 11 anos subtraída de sua residência pelo pai,a delegacia não pode negar o registro e que a antiga prática de registrar crianças desaparecidas só depois de 24 horas não é legal. O registro pode e deve ser feito imediatamente.
“Registre imediatamente o boletim de ocorrência em uma delegacia de polícia civil, dando preferência à delegacia especializada na proteção à criança e ao adolescente (DPCA), se existir em seu município. Não é necessário esperar 24 horas para registrar o boletim de ocorrência. Lembre-se de que as primeiras horas que sucedem o desaparecimento são vitais para garantir a localização e proteção do desaparecido.” Fonte: http://www.mpsc.mp.br/portal/webforms/Interna.aspx?campo=3833&secao_id=164(Ministério Público de Santa Catarina).

Dois fatos, entre tantos, merecem um destaque negativo no atendimento da 123ª DP.
1 – Quando se aproximava das 22:00 hs(havíamos chegado as 20:10 hs), o policial, que ainda fazia de tudo para não registrar a ocorrência, informou que teria que ir ao banco sacar um dinheiro pois o caixa eletrônico fechava as 22:00. E não foi diferente, ele foi ao banco e deixou a vítima esperando.
2 - Em outro momento ao retornar a sua mesa esse mesmo policial colocou sua arma sobre a mesa e com o cano virado na direção da pessoa que representava O Grito das Mulheres. E começou a discorrer sobre suas “façanhas” policiais, em uma clara intenção de intimidar e não realizar o registro.
         O mesmo policial chegou a sugerir que ligássemos para a operadora do celular da menina e solicitássemos sua localização. Imaginem se isso é possível? Ele certamente brincava com o grupo.
Por fim deixamos a delegacia, já se aproximando das 01:00 da manhã, porém com o registro realizado e em mãos. E ficamos com a certeza de que muito tem que ser feito para garantir os direitos das mulheres, desde o básico como uma delegacia especializada, como a desburocratização do atendimento e a recapacitação dos funcionários públicos.
Na madrugada desta mesma noite a vítima, ainda assustada, e sentindo-se ameaçada com alguns barulhos, do lado de fora de sua residência, nos ligou assustada e imediatamente solicitamos que ela buscasse ajuda no 190 e assim o fizemos também, mas depois de dezenas de ligações não atendidas, desistimos.
Não existe atendimento amplo e em horário integral nos órgão de assistência, não existem publicidade e divulgação dos locais e telefones disponíveis para atendimento. Mesmo não existindo delegacia especializada no atendimento a mulher em Macaé ou mesmo na região, não existe bom senso e capacitação do policial para os casos de atendimento a violência contra a mulher.
          Ficou claro que uma mulher vítima de violência tem muitas dificuldades de realizar um registro em Macaé e que essa dificuldade mascara os verdadeiros números de vitimas, impedindo que políticas específicas sejam cobradas das autoridades.
Terminamos mais um atendimento felizes por ajudar a melhorar as condições da mulher que trabalha, cria seus filhos, cuida de sua casa e é livre para decidir se quer ou não manter um relacionamento. Mas também tristes, porém motivadas, por saber que existe uma dura realidade e que vamos mudá-la.