O juiz Domingos Parra Neto, da 4ª Vara do Júri da
Capital, designou, para o dia 23 de julho o julgamento Sandro Dota. Ele vai a
júri popular pelo assassinato e estupro da cunhada Bianca Consoli, ocorrido em
13 de setembro de 2011. O juiz Domingos Parra Neto, aceitou as três qualificadoras do Ministério
Público para o homicídio – motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da
vítima e meio cruel – e renovou a prisão preventiva do réu. . A sessão está
prevista para ter início às 12h30, no Plenário 13 do Fórum da Barra Funda, zona
oeste da capital.
Bianca, universitária de 19 anos, foi
asfixiada com uma sacola plástica enfiada na garganta, dentro de sua casa, na
Zona Leste. Ela também teve um dedo fraturado e lesões na barriga.
Posteriormente, o laudo da perícia constatou a violência sexual. Desde o
início, a família dizia que o crime havia sido praticado por conhecido, pois
não houve arrombamento e nada foi roubado. Sandro nega. Porém, as cinco pessoas investigadas pela polícia, ele foi o
único que se negou a fornecer material genético para a perícia. A investigação
da polícia aponta que Sandro Dota telefonou para a cabeleireira Dayane Consoli
após matar a irmã dela.
Através de uma calça usada pelo suspeito no
dia do crime, a polícia conseguiu realizar o exame de DNA, compatível aos
pedaços de pele que estavam embaixo da unha de Bianca. Além da perícia, a
polícia conta com o depoimento de três testemunhas que têm as identidades
protegidas e o rastreamento telefônico comprovando que Dota esteve no local
onde a universitária foi morta.
JUSTIÇA : “Agora acredito que a justiça começa a ser feita. Eu estou muito
feliz. O Sandro ria da gente, dizendo que tudo ia acabar em pizza. Agora,
ele vê que não é bem assim. Diante da nossa dor, a Justiça pode demorar para
dar uma resposta, mas funciona”, comemora a mãe de Bianca, Marta Consoli.
Para Marta, o fato de o juiz ter
renovado a prisão preventiva de Sandro a deixa mais segura. “Tinha medo de que
saísse e fizesse alguma coisa à minha outra filha, Daiana, ou aos meus netos”,
diz. Daiana chegou a ficar do lado do marido, jurando que ele era inocente, mas
ao conhecer os laudos da perícia mudou de opinião e agora quer vê-lo condenado.
Recentemente, ela obteve o divórcio sem o consentimento dele.
O advogado da família, Cristiano
Medina, diz que Sandro é uma pessoa de extrema periculosidade e psicopata. “Não
foi crime passional, ele premeditou tudo e executou de forma cruel. Sandro Dota
o retrato de um verdadeiro Psicopata”, afirmou
Defesa diz que não deve recorrer da decisão
O advogado Ricardo Martins afirma que a
defesa deve abrir mão do direito de recorrer da decisão do juiz
Domingos Parra Neto. “O Sandro está cansado e quer provar logo a verdade sobre
os fatos. Se nós recorrermos, a espera será ainda mais longa.”
Ricardo Martins afirma não haver
provas nos autos contra o seu cliente. “A investigação foi muito superficial,
não se observou outras possibilidades.”
Segundo diz, há informações
conflitantes. Uma delas é em relação à quebra de sigilo telefônico. Dois laudos
da mesma operadora mostram ligações diferentes no mesmo dia e horário. Ele
alega ainda que a perita não confirma o estupro. “Ela diz que há lesões
compatíveis com introdução de agente contundente e resultado negativo para
esperma.”
Processo nº 0004537-97.2011.8.26.0052
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